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CIDADE À CONTRALUZ, o curta-metragem

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O poema “Cidade à Contraluz” escrito a quatro mãos pelos poetas Herbert Emanuel (AP) e Jiddu Saldanha (PR) ganha versão para o cinema no curta homônimo dirigido pelo poeta e também cineasta Jiddu Saldanha, em parceria com  Escola de Cinema Darcy Ribeiro e o Grupo Teatro Trupiniquim, ambos do Rio de Janeiro. “Cidade à Contraluz” é filme do projeto Cinema Possível que integra a linguagem do cinema à literatura, ao teatro e às artes visuais. Finalizado em 2014, o curta-metragem será exibido, em Macapá, compondo a Mostra Quintessência da 13ª edição do FIM (Festival Imagem-Movimento), em 07/12/2016, às 19h, no Centro de Difusão Cultural João Batista de Azevedo Picanço (Av. FAB, 86, Centro) .  Para o poeta do Amapá, Herbert Emanuel Oliveira, o filme é uma extensão da palavra poética: “nos causa uma alegria radiante ver um poema que pensamos com palavras se materializar, também, como imagem-movimento; com certeza, acrescenta uma potência a mais, uma extensão  vigorosa à...

Macapá, rumo às coisas infinitas

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A cidade não existe apenas concretamente com seus prédios, praças, avenidas, monumentos, ruas; uma cidade também é sonhada, construída por desejos, pelo imaginário de seus habitantes, artistas, escritores. E, muitas vezes, essa cidade inventada é mais real e pulsante. Quando menos se espera, ela se revela em seus interstícios oníricos por intermédio de uma música, um poema, uma narrativa. É o que a crônica "Infinitozinho" de Heluana Quintas e as colagens das também artistas Tamy Oliveira e Thayse Panda nos proporcionam. Desta forma, o Tatamirô Grupo de Poesia vem celebrar os 258 de nossa cidade. Macapá nos faz sentir como habitantes de um pequeno infinito em que o ponto de partida se confunde com o ponto de chegada. Assim como nós, cada ser nomeado no texto já é um infinito em si mesmo, e esta imagem se expande ainda mais se pensarmos que toda escrita (quando literária) é interminável.    Crônica: Heluana Quintas Colagens: T...

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO AMOR

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por herbert emanuel " Constatar o Insuportável: esse grito  serve para alguma coisa: ao me significar que é preciso sair disso, de qualquer maneira, instalo em mim o teatro marcial da Decisão, da Ação, da Saída ."                                        Roland Barthes, Fragmentos de um Discurso Amoroso I - ÍNVIOS SIGNOS DO AMOR:  À MANEIRA DE ROLAND BARTHES No livro de Milan Kundera, “A Insustentável Leveza do Ser”, a personagem Teresa não suportando mais a situação de infidelidade de Tomás, decide partir deixando-lhe um bilhete no qual revela não ser suficientemente forte para aceitar (suportar, sustentar) a leveza do seu (dele) amor. Amar pesadamente (como Teresa) nos torna fracos, suscetíveis a tudo, frágeis; ficamos à mercê do outro, do que ele faz, do que ele diz, do que ele não faz, não diz. Sempre ele, sempre! Somos raptados (Barthes) , capturados,...

"AMAR É UM DESERTO E SEUS TEMORES"

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por Herbert e Adriana A arte e o amor possuem algo em comum: ambos são campos minados. A qualquer momento explodem-se sentidos insuspeitáveis. Talvez por isso não se possa pisá-los de qualquer jeito, desatentamente. Um pouco de cuidado, prudência, convém. Entretanto, o mais importante, é correr o risco. A música Oceano, de Djavan, permite-nos uma reflexão interessante sobre o perigoso e misterioso território das relações amorosas. O amor é retratado a partir de uma abordagem poética e nela podemos perceber todas as implicações decorrentes de um relacionamento amoroso: a solidão, a presença, a ausência, o desejo, a espera, a felicidade, a tristeza ... Assim que o dia amanheceu Lá no mar alto da paixão Dava pra ver o tempo ruir Cadê você? Que solidão! Esquecera de mim Enfim, de tudo o que há na terra Não há nada em lugar nenhum Que vá crescer sem você chegar Longe de ti tudo parou Ninguém sabe o que eu sofri Amar é um deserto e seus temores Vida que vai na sela de...

Encontro: Gavin Andrews & Jiddu Saldanha

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Organizado por Thayse Panda O Tatamirô Grupo de Poesia acredita, cada vez mais, que o trabalho em conjunto, a conspiração e a união de diversas artes é o que faz a diferença. Por isso, convidamos Clive Gavin Andrews e Jiddu Saldanha para uma parceria. Suas biografias afetivas foram feitas, respectivamente, pela artista circense Kelita Morena e o poeta Herbert Emanuel. Clive Gavin Andrews (SIN) http://frombrazil.blogfolha.uol.com.br/2014/05/01/brazil-nut-farmers-in-the-amazon-jungle-photos Gavin por Kelita Morena:   Gavin veio de longe, mas parece que é daqui mesmo. Veio por amor e aqui ficou, bom, mais ou menos. Mente livre, corpo livre, ele vive por aí, vivendo. Ele é assim, acorda de manhã nem sempre no mesmo horário, abre a porta lateral e vê o movimento, aí caminha, vai ao vizinho tomar um café, se embala na rede e conta as novas. Aí, conversa com os cachorros e vai trabalhar, com seu capacete amarelo inconfundível e sua jaqueta. Vai de moto, porque o carro n...

Poética do duende

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para o poeta luiz gustavo pires revendo Goya & seus tufões-cinzas pelo olhar de Lorca entendo bem os seus   duendes entendo que se movem rudes    abruptos   latentes dentro das coisas e da gente entendo que tocam, cantam e dançam as vísceras da morte às alvíssaras da   vida entendo que se vestem de branco   negro   vermelho: leitoso rio, carvão, sangue espesso e ainda o limo de todo mistério entendo que sob o festim das químicas comem sua própria pele estilhaços de vidro excessivo alimento entendo que se arrastam sobre o chão com suas asas de faca oxidada suas vozes de sombra suas gulas de sal entendo que espremam limões na madrugada para que nenhum vivo ou morto traga sob seu pulso o gosto da menina pobre coberta de musgo revendo Goya & seus tufões-cinzas pelo olhar de Lorca entendo bem a sua recusa: das luzes do anjo das formas ...