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Mostrando postagens de 2014

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO AMOR

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por herbert emanuel " Constatar o Insuportável: esse grito  serve para alguma coisa: ao me significar que é preciso sair disso, de qualquer maneira, instalo em mim o teatro marcial da Decisão, da Ação, da Saída ."                                        Roland Barthes, Fragmentos de um Discurso Amoroso I - ÍNVIOS SIGNOS DO AMOR:  À MANEIRA DE ROLAND BARTHES No livro de Milan Kundera, “A Insustentável Leveza do Ser”, a personagem Teresa não suportando mais a situação de infidelidade de Tomás, decide partir deixando-lhe um bilhete no qual revela não ser suficientemente forte para aceitar (suportar, sustentar) a leveza do seu (dele) amor. Amar pesadamente (como Teresa) nos torna fracos, suscetíveis a tudo, frágeis; ficamos à mercê do outro, do que ele faz, do que ele diz, do que ele não faz, não diz. Sempre ele, sempre! Somos raptados (Barthes) , capturados, aprisionados pelo outro, pela sua imagem (a imagem do amor), ainda que sejamos nós (eu), o sujeito

"AMAR É UM DESERTO E SEUS TEMORES"

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por Herbert e Adriana A arte e o amor possuem algo em comum: ambos são campos minados. A qualquer momento explodem-se sentidos insuspeitáveis. Talvez por isso não se possa pisá-los de qualquer jeito, desatentamente. Um pouco de cuidado, prudência, convém. Entretanto, o mais importante, é correr o risco. A música Oceano, de Djavan, permite-nos uma reflexão interessante sobre o perigoso e misterioso território das relações amorosas. O amor é retratado a partir de uma abordagem poética e nela podemos perceber todas as implicações decorrentes de um relacionamento amoroso: a solidão, a presença, a ausência, o desejo, a espera, a felicidade, a tristeza ... Assim que o dia amanheceu Lá no mar alto da paixão Dava pra ver o tempo ruir Cadê você? Que solidão! Esquecera de mim Enfim, de tudo o que há na terra Não há nada em lugar nenhum Que vá crescer sem você chegar Longe de ti tudo parou Ninguém sabe o que eu sofri Amar é um deserto e seus temores Vida que vai na sela de

Encontro: Gavin Andrews & Jiddu Saldanha

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Organizado por Thayse Panda O Tatamirô Grupo de Poesia acredita, cada vez mais, que o trabalho em conjunto, a conspiração e a união de diversas artes é o que faz a diferença. Por isso, convidamos Clive Gavin Andrews e Jiddu Saldanha para uma parceria. Suas biografias afetivas foram feitas, respectivamente, pela artista circense Kelita Morena e o poeta Herbert Emanuel. Clive Gavin Andrews (SIN) http://frombrazil.blogfolha.uol.com.br/2014/05/01/brazil-nut-farmers-in-the-amazon-jungle-photos Gavin por Kelita Morena:   Gavin veio de longe, mas parece que é daqui mesmo. Veio por amor e aqui ficou, bom, mais ou menos. Mente livre, corpo livre, ele vive por aí, vivendo. Ele é assim, acorda de manhã nem sempre no mesmo horário, abre a porta lateral e vê o movimento, aí caminha, vai ao vizinho tomar um café, se embala na rede e conta as novas. Aí, conversa com os cachorros e vai trabalhar, com seu capacete amarelo inconfundível e sua jaqueta. Vai de moto, porque o carro nunca

Poética do duende

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para o poeta luiz gustavo pires revendo Goya & seus tufões-cinzas pelo olhar de Lorca entendo bem os seus   duendes entendo que se movem rudes    abruptos   latentes dentro das coisas e da gente entendo que tocam, cantam e dançam as vísceras da morte às alvíssaras da   vida entendo que se vestem de branco   negro   vermelho: leitoso rio, carvão, sangue espesso e ainda o limo de todo mistério entendo que sob o festim das químicas comem sua própria pele estilhaços de vidro excessivo alimento entendo que se arrastam sobre o chão com suas asas de faca oxidada suas vozes de sombra suas gulas de sal entendo que espremam limões na madrugada para que nenhum vivo ou morto traga sob seu pulso o gosto da menina pobre coberta de musgo revendo Goya & seus tufões-cinzas pelo olhar de Lorca entendo bem a sua recusa: das luzes do anjo das formas da musa herbert emanuel Es