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Mostrando postagens de setembro, 2011

Despaupério de Torquália

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O vídeo do Ronix marcou com beleza a interação do grupo que se prepara para o XIX Congresso Brasileiro de Poesia, em Bento Gonçalves-RS. É bom nos ver pelos olhos e também, nesse caso, pelas lentes de outra pessoa. Nascido da leitura do poema Cogito de Torquato Neto , O poema Um Despaupério de Torquália de Herbert Emanuel fala dessa vidência dos sensíveis. UM DESPAUPÉRIO DE TORQUÁLIA                                  nada de mais se o muro é pintado de verde não sei se ainda quero ver-te neste país do carnaval lírico demais se os planos são enganos pra mim tanto faz as perdas e os danos “eu sou como sou: vidente e vivo tranqüilamente todas as horas do fim” nada de mais se o poeta é um anjo torto a tarde já nos traz o corpo de um outro morto agora não se fala mais toda palavra é uma cilada o início pode ser o fim do começo que não deu em nada “eu sou como sou: vidente e vivo tranqüilamente todas as horas do fim” nada de mais se quiserem roer o osso já não estou nem aí com

Máquinas Desejantes

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  POEMA BIOMÁTICO – DEVIRES MAQUÍNICOS (a partir do livro “Anti-Édipo” de Felix Guattari e Gilles Deleuze)   Debaixo da pele o corpo é uma fábrica a ferver, e por fora, o doente brilha, reluz, com todos os poros, estilhaçados.                                     Artaud                       eu e mim, eu e minhas caixas de ritmos                                                   em toda parte                                isto funciona perfeitamente bem:                                                           isto come                                                           isto mija                                                           isto bebe                                                           isto peida                                                           isto chora                                                                                   em toda parte                                  isto funciona perfeitamente bem -           algumas vez

POR UMA ÉTICA PLANETÁRIA

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(...) O grande desafio que nos colocamos, hoje, enquanto seres humanos preocupados com a defesa da natureza e a busca de uma nova forma de solidariedade é o seguinte: ou criamos processos de subjetivação que possibilitem a abertura para outro, não mais visto como ameaça, como um elemento desestabilizador, mas enriquecedor de nossas vidas humanas e planetárias (e aqui não importa tanto saber se são palestinas, brasileiras, israelenses, americanas), capaz de engendrar um novo tipo de solidariedade (para além dos direitos humanos), uma solidariedade planetária, entre todos os seres vivos, repensando criticamente o papel e a importância dos seres humanos nesse processo; ou então tudo ficará na mesma: o mesmo e velho ovo-ódio do outro chocado milhões de vezes, por séculos e séculos. Até porque, como diz a psicanalista Suely Rolnik, “(...) Não há defesa eficaz da vida sem esta mudança em nosso modo de subjetivação, sem esta ruptura com a modernidade, no âmago mesmo de nossa alma, sem esta a

RES

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Por Ricardo Silva Os temas da poesia amazônica têm ficado cada vez mais repetitivos; os poetas não prezam mais pela criatividade vocabular, não criam mais inovações, e prenderam-se num “regionalismo local” -  não me julguem redundante – que é aquele regionalismo que só entende quem vive naquela terra e não possui conotação universal. Talvez possa parecer que estou sendo injusto, mas os leitores da poesia nortista, por exemplo, concordarão comigo, mesmo que a contragosto. As imagens quase sempre são as mesmas, e em alguns poetas até os termos se repetem, demonstrando como os poetas dessa parte do Brasil tem ficado presos a uma tradição poética que é-me obsoleta. Contudo um poeta tem se mostrado alheio a isso, produzindo uma poesia nortista-amazônica sem estar preso a modelos regionalistas rasos e limitadores. Esse poeta é Herbert Emanuel. Herbert Emanuel é um estranho no ninho poético de sua cidade. Ele está isolado de seus colegas de ofício, mas não um isolamento arrogante de quem nã

Tatamirô recebe convite para eventos no Rio Grande do Sul

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  XIX CONGRESSO BRASILEIRO DE POESIA HOMENAGEIA O POETA AFFONSO ROMANO DE SANT’ANNA             Como já é tradição em todo o início de outubro, mais uma vez a cidade gaúcha de Bento Gonçalves, a Capital Brasileira da Uva e do Vinho, abrirá suas portas para a caravana de poetas que irão participar – entre os dias 03 e 08 daquele mês – da décima-nona edição do Congresso Brasileiro de Poesia, um dos maiores encontros de poetas das três Américas. Tendo como tema “A Poesia Vivida”, em homenagem ao poeta mineiro Affonso Romano de Sant’Anna, aproximadamente cem poetas dos mais diversos estados brasileiros e de alguns países latino-americanos já confirmaram presença, e irão protagonizar uma programação diversificada, composta por muitos recitais, performances, rodas de poesia, espetáculo teatral, palestras nas escolas e debates sobre as diversas formas do fazer poético. A abertura do evento acontece no Salão Nobre da Prefeitura Municipal às 17 horas

Um Paraíso de Livros

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  O leitor Victor Hugo que descobriu "Macapá, a capital do meio do  mundo" O poeta argentino Jorge Luis Borges imaginava o paraíso como uma grande biblioteca, tamanha a sua paixão pelos livros. Uma Feira de Livros também tem seus encantos paradisíacos - claro, para aqueles que amam os livros e se deliciam em perambular pelos vários stands, mesmo quando o dinheiro é pouco, pegando, folheando-os e até mesmo cheirando-os, como fiz com alguns.   Erivan, editor da Cortez, e os Tatapiuns:Adriana, Herbert e Paulo Eu, Míriam Cortez e Adriana Abreu Nossa participação – minha e do Tatamirô Grupo de Poesia - na XV Feira Pan-Amazônica do Livro foi intensa e gratificante: ganhamos, trocamos e compramos livros, revimos amigos e fizemos outros, participamos de oficinas e palestras, além de uma participação especial do Tatamirô no evento sobre a homenageada da Feira, a poeta Dulcinéa Paraense.  Poetas: Lilia Chaves e Dulcinéa Paraense Adriana Abreu, Marton Maués e eu, na homenagem à

Dulcinéa Paraense: a flor revelada

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"DULCINÉA PARAENSE . O que significa encontrar, em revistas antigas da década de 1930, poemas nunca publicados em livro, versos cujas imagens têm a força que se espera do mais puro lirismo? É descobrir uma nova estrela... É ver o desabrochar de uma flor desconhecida. Dulcinéa Paraense é muito mais do que um sonho. Ela existe e voltará à sua Belém, porque é a homenageada na XV Feira Pan-Amazônica do Livro." Lilia Chaves   "Dulcinéa Paraense é a escritora homenageada da XV Feira Pan-Amazônica do Livro. Nascida em Belém, em 2 de janeiro de 1918, ela estudou na escola de aplicação Professora Serra Freire (anexa à Escola Normal) e cursou Direito na época em que Francisco Paulo Mendes (1910-1999) – que se tornaria uma espécie de mentor da juventude intelectualizada da capital paraense – ainda era secretário da Faculdade. Dulcinéa ensinou por algum tempo no Colégio Progresso Paraense. Como jornalista, trabalhou na redação de O Estado do Pará e em Terra Imatura, e tinha uma